sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Minha Estória no Radioamadorismo

   Vou tentar sintetizar em poucas linhas a minha estória pelo mundo do radioamadorismo. Tudo começou lá em Vila Isabel (bairro boêmio do Rio de Janeiro) quando eu tinha 16 anos e um antigo vizinho que eu não encontrava a muito tempo, começou a trabalhar perto da minha casa. Naquela época ele tinha em seu carro um rádio PX “Somercamp” com banda lateral. 


   Como nos encontrávamos com freqüência e como eu sempre tive curiosidade sobre o “radinho”,  comecei a perguntar como aquilo funcionava. Comecei então a aprender como falar, os códigos e gírias, como instalar e calibrar antenas, e tudo mais. FUI CONTAMINADO PELO VÍRUS DO PX, e meu "padrinho" Élcio (Estação Bronco) me batizou como "Estação Popeye". A coceira começou, eu não tinha um rádio, foi então que comecei a trabalhar na mesma empresa deste colega, e comprei das mãos dele meu primeiro rádio e antena, era um “Motoradio FA-M21”, 
 um rádio de 23 canais AM aberto para 39 canais, e uma antena plano terra “pé-de-galinha”. Como naquele tempo a grana era curta e eu não tinha para comprar uma fonte, comprei uma bateria de carro usada e montei um pequeno carregador para ela. Estava montada minha primeira estação. Poucos meses depois, um colega de rádio que estava desmontando sua estação no “QTH batente”, pediu que eu retirasse a antena do telhado da sua loja (naquele tempo eu era peso pena), e deu a mesma para mim, era uma “Hi Gain”, antena vertical de 5/8 de onda, tipo a PT-5 da Electril, tenho esta antena instalada até hoje (o material daquele tempo era muito melhor que hoje).
   Como nunca gostei de ficar na ilegalidade, tratei de tirar minha licença, e por ser menor de idade, meu pai teve que assinar a autorização. Naquele tempo, viajávamos muito nos finais de semana para acampar, e sempre aquele comboio, cada qual com seu rádio no “pé-de-borracha”, e conversando durante a viajem toda (só os passageiros, pois já naquele tempo tínhamos consciência de que o motorista não devia falar e dirigir). Fiz muitos DX com meu radinho “michuruca”, quando a propagação permitia, e colecionei muitos diplomas.
   Anos depois entrei para a Marinha e fui obrigado a deixar meu hobbye de lado. Foi neste período da minha vida que conheci o encantador mundo da radioescuta, como não tinha como modular, apenas escutava (usando rádios de ondas curtas, passei a escutar as rádios do mundo todo quando não estava de serviço) e fui contaminado novamente, a ponto de ser convidado pela Rádio Netherland para ser monitor de sua transmissão no Brasil.
   Só fui voltar a modular tempos depois quando fui promovido a sargento e o tempo de folga aumentou. Comprei então um “Cobra 19 Plus”, 
 radio de 40 canais AM com display digital (o que era um luxo naquela época), mas com ótimo áudio. Com este rádio consegui ser um dos 20 primeiros a serem contestados pelo operador da sala rádio durante o conteste comemorativo aos 25 anos da ECT (ganhei até uma medalha pela participação), fiz muitos amigos na faixa, e nos encontrávamos pessoalmente (pelo menos uma vez por mês) para um chopinho, para conversar e trocar experiências.
   Como meu rádio só tinha 40 canais, e como sempre houve muito “balaio” nesta faixa, muitas vezes a turma subia mais um pouco e eu não podia acompanhar. Decidi então vender meu 19 Plus e comprar um 148 GTL 
 (meu primeiro rádio com banda lateral). Não fiquei muito tempo com ele, estava saindo do forno e começava a chegar ao Brasil os “Ranger”, e por coincidência, um colega comprou um RCI-2950, 
 radio com frequêncímetro que vai de 26 até 32 Mhz, mas não gostou e estava vendendo. Peguei o rádio emprestado durante um fim de semana, e fiquei apaixonado por ele. Vendi meu Cobra 148 GTL para comprar o Ranger RCI-2950 (tenho este até hoje, e não me arrependo da troca).
   Também nesta época, alguns colegas estavam migrando para o VHF (mais uma vez pelo tumulto que sempre aconteceu no PX), e como sempre acontece, eles tentavam com que todos nós também migrássemos com eles. Comprei então meu primeiro VHF, um “Kenwood TH-78”, 
um HT dual band com recepção de aviação e celular, e uma antena (Brasília VU, tenho esta antena até hoje) vertical dual da Electril. O rádio era muito bom mais tinha o problema que tem todo HT, a falta de potência. Então troquei o mesmo por um “Icom IC-281H”, um semi-dual (transmite em VHF e tem recepção de UHF).
    Mais uma vez tive que me afastar do radio, mas desta vez por ter me mudado para locais onde não podia instalar minhas antenas. Até que a alguns anos me mudei para uma ampla casa em uma cidade do interior onde pude novamente montar minha estação da melhor maneira possível.
   Hoje ainda tenho meu Ranger RCI-2950, mas além de usá-lo como PX, também faço uso de um transverter de 40 e 80 metros ligado nele já que o display com frequêncímetro facilita muito o uso do transverter. 

 O Icom IC-281H também continua instalado em minha estação, mas agora acompanhado de um Yaesu FT-1802 (VHF de 136 a 174Mhz) 

e dos Ht’s Icom IC-V8 (VHF) e Yaesu VX-3R (ht dual band com recepção de 1.8 a 999Mhz em AM/FM/ondas curtas).

   Quanto a radioescuta? Continuo sempre ligado, só que hoje conto com um Radioshack Pro-95 (Scanner muntibanda), um Philco Transglobe (adaptado com um oscilador de batimento para escuta das faixas de amador), além do já descrito Yaesu VX-3R, que apesar de pequeno é muito sensível quando conectado a uma antena externa. 


   Falando em antenas, meu telhado hoje parece um paliteiro com tanta coisa espetada. Continuo com a HiGain para os 11 metros, tenho uma J e uma direcional de 3 elementos para os dois VHFs, uma dipolo V invertido para os 40 e 80 metros (além da radioescuta), uma vertipolo de ¼ de onda para o scanner, e para os HTs, a minha antiga Brasília VU para o VX-3R e uma cúbica de 2 quadros para o IC-V68, quando estão ligados na edícula fazendo minha segunda base.
   Rádio para PX hoje, tenho somente um HT de 40 canais AM da Voyager, mas estou pretendendo até o final deste ano, comprar um Hannover BR9000, exclusivamente para os 11 metros e para voltar a fazer meus DX na faixa. Sou cria dos 11 metros e não me envergonho disso, como muitos “radioamadores”. Apesar da faixa ser muito bagunçada, encontramos ainda muita gente boa para um QSO.
   Ah! Acabei esquecendo de falar nos rádios virtuais, também opero usando o CQ100, o Hamsphere, o TalkForce e o eQSO, mas isso é uma outra estória...
 Espero que eu tenha satisfeito a curiosidade de vocês quanto a minha formação no rádio e que a minha estória sirva para “contaminar” muitos que estajam lendo e não sejam ligados ao rádio para que adentrem a este maravilhoso mundo das radiocomunicações.
  

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